miércoles, mayo 10, 2006

as arvorezinhas estão crescendo!

eu mal cheguei longe do gramado e já escutei um barulho daqueles: máquinas de cortarem grama e outros vegetais pequenos. de pronto pensei nas arvorezinhas que ali estão a tentar ter uma existência nessa universidade e mundo. cheguei perto, com medo de saber se elas ainda estavam ali ou se já teriam não desencarnado mas desenvegetalado em outras energias ao vento. não, lá estavam sim. então tudo que eu fiz foi chegar perto delas, descalço e com muito Amor e logo catei todos os grandes galhos que as envolvendo poderiam protegê-las. coloquei tudo com muito carinho e energia de resistência e existência mesmo. e ainda consegui falar com o moço sem espontâneamente cuspir sobre ele todo meu ódio de cortadores/podadores de vegetais. ai, até de tardezinha todas estavam lá. a chuva caiu um pouco talvez para amenizar algumas eventuais lágrimas que poderiam estar a escorrer de suas folhas verdes vida. e a lua quase cheia e o ventinho úmido também vieram visitar as arvorezinhas que estão a crescer. muitas vezes aconteceu algo bem parecido e o resultado final foi ausência de vida e muito, muito ódio. hoje as coisas parecem diferentes, e tudo que eu quero é uma misturada louca de esperanças, Amor e ecologia porque, no fim das contas, talvez seja só isso que eu sinto por e compartilho com arvorezinhas como estas.

viernes, mayo 05, 2006

Ai, aquele barulho novamente!

Uma vez mais as estupradoras movimentam-se nas mãos dos homens da Nova ou Terracap. O alvo desta vez são as árvores consideradas "não-nativas do cerrado", ainda que elas tenham brotado, crescido, gerado descendentes e admiradores neste solo seco. Dizem que elas podem destriur patri-mônios humanos como casa e carros, e podem mesmo. Talvez sejam "terra-o-ristas" em busca da terra prometida. Não sei mais que tipo de relação entre uma árvore e um ambiente tenha de se estabelecer para que um tal espécime seja considerado nativo, principalmente porque já modificamos quase todos os ecossistemas terrestres e aquáticos desse planeta. Acho de verdade que estamos extinguido não apenas espécies mas seres e com estes informações e conhecimentos conectados à coisa original que relaciona tudo isso. É bem isso que muitos índios re-clamam, esse contacto a partir de informações que estão mais presentes nos seres mais antigos e muito pouco nos seres mais contemporâneos. Por isso é tão importante a conservação de seres (e culturas) antigos, como árvores, aves raras, minerais e na verdade o importante é a manutenção da Diversidade e por isso o clamor de uma vida mais ecológica e repleta de amor mútuo, que valorize e respeite cada ser, cada ser, cada ser, cada ser..

Estranha sensação de amor cósmico..

Não posso dizer com certeza (e para que só dizer algo quando se tem certeza?) se o critério ou argumento que justifique o Vegetarianismo ou a Ética da Terra ou a Ecologia Profunda seja o sofrimento inegável dos seres (e para que a necessidade de utilizar-se de argumentos ou lógicas para tornar um discurso sério?). Não, não posso dizê-lo. Não por meio de lógicas ou argumentos nem com a qualidade de uma certeza (por que meu discurso não pode ser válido se discursado de outras maneiras?). Muito menos sei se existe discurso fora de uma lógica argumentativa porque talvez isso seja intrínseco ao mundo simbólico no qual se sustenta a linguagem e logo o discurso. Então tudo bem, eu não digo nada. Mesmo porque, isso que eu gostaria de dizer, só pode ser sentido e olhe lá.. Então eu queria comunicar que eu sinto que o Vegetarianismo ou a Ética da Terra ou a Ecologia Profunda não precisam ser justificados, muitos menos embasados ou fundamentados. Não precisam sê-lo, simplesmente; e especialmente não precisam sê-lo em algum paradigma simplesmente porque talvez jamais tenhamos acessos (ou mesmo não existam) paradigmas isentos da cultura humana que é algo muito pontual e posterior na história da Vida. Cada vez que eu tento falar ou escrever sobre essas coisas com alguém, com um computador ou folha ou comigo mesmo é sempre assim: confuso, complexo, indefinível, interminável, circular, redundante, sem sentido e coisas do tipo. Acho que é porque o que eu gostaria de dizer ou escrever, infelizmente, não pode ser dito ou escrito. É muito menos extremamente difícil explicar porque eu torço para a Argentina, porque eu acredito que sexo seja diferente de amor, porque eu às vezes penso na seta do tempo de múltiplos sentidos e dimensões e essas coisas todas que não me largam e que, independente do meu desejo, me constitue Sim, eu acho que minerais podem sofrer. Sim, eu acho que idéias, que conceitos podem sofrer. Sim, eu acho que o luar ou o entardecer podem sofrer. Sim, o "cair" de uma folha pode ser experienciado, por este "cair" de uma forma extremamente sofrida. Acho que a idéia hinduísta de Acho que a idéia hinduísta de Ahimsa fala um pouco disso, de como podemos, com ações, minimizar esses sofrimentos. Sim, eu acho que esses sofrimentos também são seres, sim eu acho que esses sofrimentos também sofrem. E acho também que intrinsicamente todo sofrimento existe lá o potencial de um sentimento muito positivo (não, não estou falando de amor nem de algo que seja o equivalente positivo do sofrimento; nem mesmo escrevi sobre "bom" e "ruim" e coisas do tipo). Acho que essa idéia de Ahimsa anda de mãos dadas com o Vegetarianismo, com a Ética da Terra e com a Ecologia Profunda. Acho que eu preciso descobrir uma maneira nova, original, verdadeira de me expressar que não passe pelas delimitações simbólicas da palavra, da escrita, do gesto ou mesmo da música. Não sei se um conteúdo tal exige uma linguagem tal e um conteúdo tel exige uma linguagem tel mas pode ser por aí. Seria preciso, talvez, não ser humano para consegui-lo. Talvez por isso, isso tudo seja tão difícil de sentir.