About the future
Meus planos estão querendo mudar sem meu consentimento. Começando pela faculdade, não me formo mais no tempo que estava planejando. Nessa mesma faculdade as coisas estão talvez inensas demais e tremo nas bases. É tão difícil manter o mesmo desempenho em mais de dois anos. A não ser que sejas um atleta olímpico, aqueles que são medalhas de ouro em duas ou três olimpíadas consecutivas. Acho que nasci apenas para ser um desses. Jamais pude lidar da maneira mínima com minhas derrotas, jamais pude sonhar com algo que não fosse o primeiro pódio. Desde criança treino autógrafos, desde criança ensaio o momento da consagração. Sempre me preparei para isso na esperança e na vontade incrivelmente verdadeiras de consegui-lo. É duro conviver com perdedores, com aqueles que vencem um campeonato regional singelo; a maioria parece não ter disposição nem mesmo para competir. Outra coisa que quer mudar sem minha autorização são os efeitos de minhas atitudes. Eu sou anti-machucado até o final. Minha opção vegetariana, libertária e estradeira é só por isso: para não machucar o que ou quem quer que seja; não preciso sequer conhecer o Todo para sentir do fundo do meu coração de janelas viradas para a dor que este Todo precisa ser preservado. A atitude que tenho para com a árvore é a mesma que tenho para com minha alimentação, para com as pessoas ao meu redor, para com aqueles pedras incríveis da Chapada. Não é simples não machucar, não é simples não viver.. Como tenho conseguido viver apenas coisas simples por tanto tempo? Aceito destino, aceito minhas escolhas. É pela liberdade que apresenta-se a dor, é pelo amor que apresenta-se minha teimosia quase masoquista, é pelas estrelas que apresenta-se minha busca. Não estarei jamais do teu lado, porque estou em tudo inserido. E os limites cada vez se ofuscam mais e mais. Talvez eu tenha de parar, não valeria talvez a pena escrever em momentos tão difíceis. É difícil fazer qualquer coisas nesses momentos.

